Seja Bem Vindo

sábado, 28 de abril de 2012

A menina e o Balanço



Se pudesse me comparar a algo, seria uma criança.
Uma menina, talvez, não difere.
E, na mesma proporção, você seria um balanço.
Toda tímida e curiosa, brincaria com você, tal qual
Uma criança e seu balanço.
E você ia me levando, devagarinho, um pouco mais alto.
Receosa, mas divertida. Com o vento nos cabelos, que sensação!
Mais alto, eu diria, mais rápido!
Lá estaria você, me embalando, me fazendo sentir o cheiro da liberdade.
E eu esticaria meus pezinhos, e tocaria o céu, sim, eu tocaria.
Num momento, um relance, nem daria tempo pra piscar os olhos.
E eu estaria no chão. Machucada, joelhos e cotovelos sangrando.
Você imóvel, afinal, o que faria um balanço?
Pobre menina, gostou do balançar.
Eu me levantaria sem nem notar, que me esvaia, ferida.
Queria o vento novamente, a altura. Queria estar nas nuvens.
E o balanço imprudente, iria até o céu, não porque queria me ver sorrir.
Mas por que balançar, é o que você faz.
Cairia outra vez, inevitavelmente.
Esperaria uns minutos, para curar as feridas.
Deixe pelo menos o sangue secar.
Antes de me levar ao céu, e ao chão, repetidas vezes, incansavelmente.


R. C. Mônego

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