Aperta, aperta, aperta.
Eu levanto de manhã envolta de suspiros, você já não
está.
Tomo banho sozinha, sem você, pra bagunçar.
Eu saio de casa e aperta mais, com esse gosto ruim na
boca.
A manhã inteira é lenta.
E teu cheiro impregnado na minha roupa, aperta.
No almoço eu preencho o vazio do meu estomago.
Mas é tão quieto e calmo. É tão nada.
E menor fica meu coração, mais apertado.
A tarde se arrasta, demora, suspira.
Os segundos contam horas. Nem sinal de você.
O tempo se arrasta, demora, suspira.
Minha mente viaja a procura de você.
A noitinha cai, de leve, sem fazer barulho.
Quanto mais perto de você, mais aperta.
Sufoca, transborda, maltrata.
Eu já estou toda encolhida, no pouco espaço que me
restou.
Faltam minutos até você. Faltam passos até você.
Olhares até você.
E eu, judiada, desesperada, quero você.
Beijo você, cheiro, mimo, mordo, belisco você.
E aquilo que passou o dia apertado.
Sumiu, se foi.
Deu lugar a cama quente, no seu lado.
E antes de cair em um sono seguro.
Eu suplico baixinho:
- Deixe-me dormir
aconchegada, volte só amanhã.
Na ausência dele. Que teu nome é saudade.
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