Dizia ela que não
sabia se ficaria ou se fugiria.
Realmente não
queria ser o que é,
Ser o que não é,
Apenas ser.
Não explicaria o
que lhe traria tal insatisfação.
Não sabia ser, sem
querer em vão.
Sem jogar fora o
privilégio de ter o que se tem.
Ela tinha a mente
livre, viajaria.
Ela queria ser
mais, seria.
Ela queria ter o
que não tem, teria.
E se não sonhasse
sonhos impossíveis, sonharia.
Olhava, sem ver,
com o olhar que, quisera eu, fosse meu.
Queria – assim
como ela não quer eu.
Queria tanto um
segundo do teu querer, amor meu.
Ela.
Ela que nunca
está, que não mora, que não sente,
Que não vem, que
não liga.
Justo ela.
Ela que não quer ser
o que é,
Pois sendo
exatamente como é,
Tem a mim,
exatamente onde não quer ter.
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