Seja Bem Vindo

quinta-feira, 29 de março de 2012


Não espere muito das pessoas. Aliás, não espere nada de ninguém.
Porque para quem muito espera, nada é suficiente.
E para quem não cria expectativas, tudo é uma surpresa.
Tudo ultrapassa o esperado.

R. C. Mônego

segunda-feira, 26 de março de 2012



O ser humano erra, e não é justo. Ama e mente. Não quer, mas sente.
O ser humano é assim, incoerente.


R. C. Mônego


Carta


Então amor, como vai você?
Sei que a distância nos consome,
Mas hoje, você está lindo.
Juro está perfeito.

Sei que minha promessa foi voltar.
Mas o tempo castigou minhas palavras.
E além da letra desta carta, feche seus olhos.
Eu estou ao seu lado.

Há outro, que deita ao meu lado, em seu lugar.
Costumo chamá-lo de marido.
Antes dele, havia outro.
E antes também.
Mas juro, meu coração não pertence eles.
Nem a mim.

Hei amor, a saudade é absurda.
Apenas dois anos, eu disse.
E eu ainda continuo aqui.
Cidade fria.

Lembra-te? O mundo era bom.
A fome morria no beijo.
E nascia no amor.
Nunca mais será o mesmo.

Hei amor, ainda tenho tanto a dizer.
Lembra do amor que não sabíamos entender?
O amor que guardamos pra nos dar a vida inteira?
Nunca haverá amor igual.
Nós tínhamos tudo.

Eu morrerei amando você.
E nascerei pra tentar mais uma vez.
Sem errar.
Foi isto que me restou.

R. C. Mônego 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Conto de Fadas



Eu não sou uma princesa, tampouco uma donzela.
Não corro grandes perigos. E, certamente, você não terá que dar a vida, pela minha.
Então não espere provar seu amor, me salvando de calabouços, bruxas e dragões.
O seu amor, será mostrado durante o dia, ou noite, tanto faz.
Será percebido nas pequenas coisas. Nas situações corriqueiras, singelas, delicadas.
Coisas doces, enfim. Meiguices, toques suaves.
E quando vir tempestades, neste momento, sim, seu amor estará em prova.
Não serão as maldições, não serão maçãs envenenadas.
Seremos nós. Nus. Despidos. Desiludidos.
Seremos eu e você. Tormentas individuais, no mesmo espaço. No mesmo quarto.
Serei eu, com o olhar rude. Será você, com palavras grosseiras.
Então, me salve! Me salve de mim!
Me cale, me amarre, me beije.
Prove teu amor, quando eu menos merecer.
Pois eu não sou uma princesa. Tampouco, você, um príncipe.

R. C. Mônego

Antes fosse amargo, o que lhe era doce.


Uma dose. Duas doses
Estou um pouco bêbada agora.
Além de mim, ouço vozes.
Sozinha e abandonada.

A porta continua fechada,
Mas em minha mente vazia
Você já a escancarou um milhão de vezes.
Sozinha e abandonada.

Desprezei a solidez de teus braços.
Agora me encolho fria e atemorizada.
Com os pés soltos e sem calços.
Sozinha e abandonada.

Bandida deixada, quem há de sentir pena?
De quem não teve piedade e partiu serena.
Quem há de considerar a existência?
Daquela que escolheu ser
Sozinha e abandonada.

E todos irão pensar: lá se vai a louca desprezada.
Que se diz só e esquecida.
Que optou por uma vida amargurada.
Pois foi própria quem decidiu pela partida.
Sozinha e abandonada.

Lá se vai a louca sem coração.
Que passou os dias negando estar arrependida.
Que rompeu amarga, aquilo que lhe era doce.
E esparramou sem medida, ora.
Antes fosse sem demora.
O que agora lhe é constante ser, dizem.
Sozinha e abandonada

R. C. Mônego 

sexta-feira, 9 de março de 2012

Eterno será



Proponho-te a eternidade de amar;
O além e o depois.
Proponho-te uma tatuagem pra marcar,
O infinito de nós dois.

Vem comigo neste caminho
Que sozinha tenho medo.
Vem me dar a proteção que necessito.
O verbo mais bonito.

Andar descalços sobre a vida.
Lado a lado até o fim.
Vem casar comigo um dia.
Faz um filho em mim.

Divide a cama,
O travesseiro e a respiração.
Brinca de me amar.
Me faz uma canção.

Quero fugir contigo pra lua.
Estar para sempre e sem partida.
Deixa-me mostrar que sou toda tua.
E fazer minha a tua vida.



R. C. Mônego

sexta-feira, 2 de março de 2012

Nada será de novo como foi antes.



Para que fingir?
Se tudo se rompeu na desistência de todas nós.
Se nos perdemos nos erros e falhas que já se foram.
E quando estamos a sós,
Um silêncio não dito densifica o ar compartilhado.
Eu poderia dizer, agüentem firme!
Apenas forcem a amizade a florescer como antes.
Mas para que?
Se a pureza das risadas se congelou.
Se a bobagem e a verdade apagaram-se com o tempo.
Não diga, não pense, não sinta como eu sinto.
Por que a saudade corroe cada célula.
Destrói a parte mais singela da minha alma.
Pois o amor mais bonito,
O amor mais honesto e desprovido de maldade,
O amor de amizade.
Já não cabe entre nós.



    R. C. Mônego