Uma dose. Duas doses
Estou um pouco bêbada agora.
Além de mim, ouço vozes.
Sozinha e abandonada.
A porta continua fechada,
Mas em minha mente vazia
Você já a escancarou um milhão de vezes.
Sozinha e abandonada.
Desprezei a solidez de teus braços.
Agora me encolho fria e atemorizada.
Com os pés soltos e sem calços.
Sozinha e abandonada.
Bandida deixada, quem há de sentir pena?
De quem não teve piedade e partiu serena.
Quem há de considerar a existência?
Daquela que escolheu ser
Sozinha e abandonada.
E todos irão pensar: lá se vai a louca desprezada.
Que se diz só e esquecida.
Que optou por uma vida amargurada.
Pois foi própria quem decidiu pela partida.
Sozinha e abandonada.
Lá se vai a louca sem coração.
Que passou os dias negando estar arrependida.
Que rompeu amarga, aquilo que lhe era doce.
E esparramou sem medida, ora.
Antes fosse sem demora.
O que agora lhe é constante ser, dizem.
Sozinha e abandonada
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