Seja Bem Vindo

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Amor


Somos tão diferentes.
Você é fogo e eu sou gelo.
Você é livre como o vento, e eu sou segura como a terra.
Você sente e não duvida, escancara, eu sinto quietinha, amedrontada.
Você é um tornado, um vento que sopra forte, que arranca os telhados.
Eu sou aquela chuva levinha, que a gente escuta de tardezinha.
Você é o quarto bagunçado, o almoço improvisado, é aquele chegar atrasado.
Eu sou aquele cheiro mansinho, o acordar cedinho, aquele rádio baixinho.
Você é um sábado de sol, no parque.
Eu sou um domingo fresquinho, no cinema.
Você quer correr, eu quero parar.
Você quer dizer, eu quero beijar.
Você quer esquecer, eu quero resolver.
Você resmunga, insiste, bate o pé e fica mudo.
Eu grito, estouro, fico zangada e não me calo.
Você me completa, e eu completo você.
Inteiro, fracionado, sorrindo, calado.
Vestido, nu, bravo, apaixonado.
Esperto, ingênuo, carinhoso, malvado.
De branda alma ou disfarçado.
Sincero ou dissimulado.
Tal como é, como pretende e como fingi ser.
O que te falta eu tenho.
O que você tem, me falta.
E o amor?
O amor a gente soma, multiplica.
A gente se ama, se beija, se esquenta, se mistura.
A gente faz cafuné, a gente faz manha, a gente faz amor.
E com todas inúmeras diferenças,
Temos o que importa em comum.

R. C. Mônego 

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Que eu não sei


 Me deixa, que hoje quero ser só.
Quero um chocolate e um cheiro de amó.
Hoje eu quero ser eu e meu cobertor.
E aquele filme que me faz chorar de dor.
Deixa eu chorar essa dor que não sai.
Que não sei.

Deixa tudo que tem aqui mal resolvido.
Estômago, garganta, coração, encolhido.
Os olhos enevoados, uma dorzinha irritante.
Nervosismo que eu nem sei de onde.
Que eu não sei.
Que não sai.

Deixa esse frio na espinha.
Esse medo de noitezinha.
De ficar sozinha.
Deixa eu ficar calma, ficar só.
Me deixe procurar por um motivo maior.
Que eu desconheço.

Apenas deixa eu saber porque
Que eu tenho esse medo de querer.
Que essa dor que não sai.
Na verdade, é o vazio quando você vai.
E esse sentimento que não sei.
Eu continuo sem saber.


R. C. Mônego 

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Meu amor nunca


 Meu amor nunca me deu flores.
Mas uma vez, ele pintou uma rosa de amarelo,
Pra me ver sorrir.
Meu amor nunca chegou de surpresa.
Mas quando precisei, ele estava lá,
Todos os dias.
Meu amor nunca me deu joias.
Mas uma vez, ele deitou na grama comigo,
E me deu cada estrela que eu podia enxergar.
Meu amor nunca me levou em um motel.
Mas uma vez ele beijou todo meu corpo,
E fez amor comigo.
Meu amor nunca me levou a um restaurante caro.
Mas uma vez eu tive espasmos de rir
Rindo com ele e comendo xis.
Meu amor nunca me levou pra passear no iate
E tomar banho em mar aberto.
Mas uma vez me levou pra tomar banho de açude,
E jogou terra no meu cabelo.
Meu amor nunca se declarou em público.
Mas uma vez ele meu beijou no meio da rua,
No meio da chuva.
Meu amor nunca precisou me dar nada.
Por que me deu o mundo,
Quando disse que me amava.

R. C. Mônego 

sábado, 5 de maio de 2012


E quando você encontrar. Você vai entender o porque, o porque de tudo. E você vai ter uma coisa que nunca teve, certeza!


R. C. Mônego