Seja Bem Vindo

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Universo Dentro do Peito


Há algo em seu olhar que faz meu coração bater forte.
Eu espero que dure.
Por que quando você me beija, torne-me real.
Torna simples e fácil.
Lindo de sentir.
Todas as vezes que recordo tuas doces palavras.
O ar foge os pulmões.
E quando me tocas, faz-me sentir o universo dentro do peito.
Você viverá aqui, dentro de mim.
Em cada parte que já tocaste.
E eu estarei aqui, a vida toda pronta pra sentir
O amor explodindo a cada olhar mudo.
Que me diz todas as palavras do mundo.

R. C. Mônego 

Era um mundo cinza e só.


Então um dia eu abri meus olhos,
Olhei ao redor e não havia ninguém.
Tudo que eu tinha construído
Simplesmente voou como pluma em vendaval.
E todos que eu amei a falta eterna eu senti.
Perguntei-me se viva eu estava.
Se o mundo ainda era o mesmo.
Sim. E não. Era o mundo, banal e hipócrita.
Mas não era o meu mundo.
O que eu conhecia e amava.
Onde tudo era pétala, e os espinhos, ensinamentos.
Era um mundo cinza e só.
Em que ninguém esperava por mim,
Orava por mim, nem se quer sonhava comigo.
E a solidão caiu sobre mim feita uma bigorna.
E águas rolavam dos meus olhos feito cachoeira.
Nada mais importava.
Nada mais restava.
Até eu mesma havia fugido de mim.


R. C. Mônego

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Glória Derrotada



Calo-me ao ouvir teu frio adeus.
Relembrando as mudanças.
Coisas minhas, agora.
Não repares a possessão, faço questão das lembranças.

A fúnebre lágrima em meu olhar
Não me permite contemplar tua já inalcançável beleza.
Teus lábios tacam os meus.
Belo ato de piedade, livre de pureza.

Deixe-me sozinha, então.
Que já me foi melhor tua companhia.
Cale a virtude dos poemas,
Neste clima de agonia.

É neste final sem harmonia que tudo cai.
Teus passos leves seguem a brisa que vai.
Meus murmúrios gritantes jamais serão ouvidos.
Por que ouves distante, outra sinfonia bonita.

O rompimento tristonho acompanha o crepúsculo.
Deste fim de tarde sem vida que jamais vou esquecer.
Leves contigo a glória derrotada dos meus olhos.
Contentar-me-ei em assistir sem glória a noite esvanecer.

R. C. Mônego

* Um dos meus favoritos!